Injeção intravítrea de antiangiogênico, tratamento ocular quimioterápico com injeção intraocular
Aplicação intravítrea permite que a medicação fique mais próxima do seu alvo, ou seja, das lesões na retina. Lucentis®, Avastin® e Eylea® são os principais antiangiogênicos utilizados no tratamento de doenças da retina.
A injeção intravítrea é um procedimento oftalmológico em que a medicação é aplicada diretamente dentro do olho ou melhor, no espaço vítreo, cavidade localizada na parte posterior do olho. O vítreo ou humor vítreo é uma substância gelatinosa, composta basicamente por água, que preenche o olho e está diretamente em contato com a retina.
A aplicação intraocular tem vantagens em relação ao colírio ou medicamentos administrados oralmente por ser aplicada nas proximidades da lesão na retina, isso melhora sua ação e diminui os efeitos colaterais sistêmicos das drogas.
Terapia antiangiogênica com injeção intraocular e outras medicações
Também conhecidos como anti-VEGF, os antiangiogênicos, como Lucentis® (ranibizumabe) e Eylia® (aflibercepte), são bloqueadores do fator de crescimento vascular endotelial (VEGF) e são medicações utilizadas via injeção intraocular para o tratamento de Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), Oclusão Venosas e Retinopatia Diabética.
Estudos clínicos demonstraram que o medicamento Bevacizumab (Avastin®) tem desempenho semelhante ao Ranibizumabe (Lucentis®) no tratamento da degeneração macular úmida relacionada à idade, porém o Avastin® (bevacizumab) é fornecido em quantias e concentrações formuladas para o tratamento quimioterápico de diversos tipos de câncer, isso faz com que, para uma aplicação intraocular, a medicação precise da devida manipulação e fracionamento, em ambiente seguro e estéril, para evitar qualquer tipo de contaminação. Em 2016, ao ser regulamentado pela ANVISA para uso off-label (uso não previsto em bula) com exigências sanitárias, o laboratório fabricante se posicionou oficialmente afirmando que o Avastin® (bevacizumab) não é "produzido de acordo com padrões de qualidade exigidos para medicamentos injetáveis no olho".
Além dos antiangiogênicos, mas ainda no tratamentos da retina, os corticosteroides ou implantes de liberação lenta de corticoide, como Ozurdex® (dexametasona), também são opções para tratamento de edema macular do diabético e oclusão venosa, além de casos de processos inflamatórios crônico e uveítes. Outra classe de medicações são os antibióticos, que são pouco utilizados em aplicações intravítreas, geralmente em casos de infecções intraoculares graves.
Como é o procedimento de aplicação intravítrea?
As medicações devem ser aplicadas em ambiente estéril, podendo ser realizado até no próprio consultório, porém, por razões de segurança, na Clínica Midori executamos o procedimento somente em centro cirúrgico.
O procedimento não tem necessidade de internação hospitalar e, rotineiramente, não é necessário fazer curativo após a aplicação. Para a aplicação de medicação intravítrea é realizada somente anestesia local, com instilação de colírio e/ou gel anestésico, durante a aplicação o paciente pode sentir uma leve pressão.
Cobertura da terapia antiangiogênica para tratamento ocular
Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, o tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico deve ser obrigatoriamente coberto por planos de segmentação ambulatorial e/ou hospitalar (com ou sem obstetrícia) e por planos-referência, respeitando as diretrizes de utilização (DUT) da ANS.
A cobertura obrigatória foi ampliada em 2018 e trouxe um grande alívio para clientes de planos de saúde, uma vez que o tratamento particular com medicação antiangiogênica pode ter um custo elevado, devido ao preço da medicação e o número de aplicações necessárias.
As diretrizes de utilização garantem o tratamento do edema macular secundário, retinopatia diabética, oclusão de veia central da retina e oclusão de ramo de veia central da retina, assim como radiação para tratamento do ceratocone.
A disponibilidade do tratamento na rede pública deve ser confirmada na região do paciente. Visando reduzir os custos, a autorização de uso excepcional do Bevacizumabe (Avastin®) para o tratamento de algumas doenças pelo SUS foi concedida pela Anvisa, mas, recorrentemente, o tratamento antiangiogênicos acaba na justiça, seja pela indisponibilidade do medicamento ou pela demora na execução do tratamento.