Herpes Zoster e a Neuralgia Pós-Herpética
Tratamento precoce do Herpes Zoster é crucial para reduzir os riscos de Neuralgia Pós-Herpética e, quando o vírus afeta a visão, evitar complicações graves, como cicatrizes na córnea, glaucoma e até perda permanente da visão.
A Neuralgia Pós-Herpética (NPH) é uma complicação debilitante que pode ocorrer após um episódio de herpes zoster. Essa condição se manifesta após o desaparecimento das erupções cutâneas causadas pelo herpes zoster, resultando em dor neuropática crônica que pode durar meses ou até anos. A NPH é mais comum em idosos e em pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. O tratamento precoce do herpes zoster é fundamental para reduzir o risco de desenvolver NPH.
O herpes zoster, também conhecido como "cobreiro", é uma infecção viral dolorosa causada pelo vírus varicela-zoster, o mesmo vírus responsável pela catapora. Após a infecção inicial, o vírus permanece dormente no sistema nervoso e pode reativar anos depois, causando herpes zoster. A Neuralgia Pós-Herpética ocorre quando o vírus causa danos aos nervos durante essa reativação, resultando em dor neuropática persistente, que pode variar de leve a grave e ser descrita como queimação, ardência, formigamento, ou sensação de choque elétrico ou agulhada.
Os sintomas de Neuralgia Pós-Herpética incluem dor contínua e profunda, sensação de queimação ou ardência, sensibilidade extrema ao toque e coceira ou dormência na área afetada. O tratamento é complexo e pode incluir medicamentos tópicos e orais, além de várias outras opções terapêuticas para aliviar os sintomas.
Herpes zoster é uma doença contagiosa, uma pessoa com herpes zoster pode transmitir o vírus varicela-zoster a alguém que nunca teve catapora ou não foi vacinado contra ela, levando essa pessoa a desenvolver catapora. O herpes zoster pode ocorrer em qualquer pessoa que teve catapora, independentemente da idade, embora seja mais comum em pessoas com mais de 50 anos e naquelas com sistemas imunológicos enfraquecidos. Pessoas com doenças crônicas como diabetes, lúpus e insuficiência cardíaca, pacientes em tratamento de câncer ou portadores de HIV, e aqueles em uso prolongado de imunossupressores ou corticosteroides estão em maior risco. Além disso, infecções severas ou persistentes, condições genéticas, deficiências nutricionais e estresse prolongado também podem enfraquecer o sistema imunológico e aumentar o risco de herpes zoster.
O diagnóstico do herpes zoster é geralmente baseado nos sintomas clínicos e no histórico médico do paciente, e a intervenção precoce é crucial na prevenção da Neuralgia Pós-Herpética. Quando o herpes zoster é tratado rapidamente, idealmente dentro de 72 horas após o aparecimento da erupção cutânea, o uso de antivirais, como aciclovir, pode ajudar a reduzir a gravidade dos sintomas e diminuir o risco de desenvolver NPH.
Erupções cutâneas do Herpes Zoster
As erupções cutâneas do herpes zoster são uma característica marcante dessa infecção viral, sendo um sinal visível e doloroso. Elas geralmente começam com uma área de pele avermelhada e sensível. Antes do aparecimento das erupções, muitos pacientes relatam uma sensação de queimação, formigamento ou prurido na área afetada.
Dentro de um a três dias após o início da vermelhidão, pequenas protuberâncias vermelhas começam a aparecer (pápulas), evoluindo rapidamente para bolhas cheias de líquido (vesículas). Essas vesículas podem ser bastante dolorosas e impactar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. A progressão a partir daí envolve a ruptura das vesículas, liberando o líquido e formando crostas sobre as áreas afetadas. Eventualmente, as crostas caem, mas a pele pode permanecer sensível ou dolorida por um tempo. Em alguns casos, a área afetada pode deixar cicatrizes.
As áreas mais frequentemente afetadas incluem o tronco (como um cinto ao redor da cintura), o pescoço, o rosto e os olhos (herpes zoster oftálmico).
Herpes Zoster nos Olhos
O herpes zoster oftálmico ocorre quando o vírus varicela-zoster afeta o nervo trigêmeo, particularmente sua ramificação oftálmica. Os principais sintomas oculares associados a essa condição incluem dor nos olhos, vermelhidão, sensibilidade à luz, lacrimejamento excessivo, visão embaçada, e erupções cutâneas ao redor dos olhos e na testa, acompanhadas de bolhas e crostas. Nos estágios iniciais, o herpes zoster oftálmico pode ser confundido com conjuntivite por uma pessoa leiga.
As complicações oculares do herpes zoster podem incluir cicatrizes corneanas, glaucoma e inflamações em diferentes partes dos olhos, como córnea, conjuntiva, úvea, esclera e nervo óptico. Se não tratado rapidamente, o herpes zoster oftálmico pode causar danos severos ao nervo óptico ou à retina, resultando em perda permanente da visão.
O diagnóstico precoce do herpes zoster oftálmico é crucial para prevenir complicações graves e a Neuralgia Pós-Herpética. O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível e pode incluir antivirais, corticosteroides, colírios, analgésicos e anti-inflamatórios.
Os sintomas oculares do herpes zoster oftálmico podem ser graves e potencialmente ameaçar a visão, tornando essencial o reconhecimento e o tratamento precoce para minimizar o impacto da doença e prevenir complicações a longo prazo.
Vacina contra Herpes Zoster
A vacinação é uma ferramenta poderosa na prevenção do herpes zoster e suas complicações, como a Neuralgia Pós-Herpética, sendo recomendada como rotina para adultos com 50 anos ou mais, mesmo que já tenham tido herpes zoster. A vacina é especialmente indicada para adultos no grupo de risco e imunocomprometidos, pois não só diminui significativamente a chance de reativação do vírus varicela-zoster, como também reduz a gravidade dos sintomas caso a infecção ocorra.
Existem duas vacinas principais disponíveis, a Zostavax, uma vacina de vírus atenuado administrada em uma só dose, e a Shingrix, uma vacina recombinante, administrada em duas doses, que oferece proteção ainda maior, especialmente em pessoas mais velhas.